Alô, pessoas!
Curiosamente, existem dois ancestrais do piano: o órgão e o cravo, ambos possuem teclas que são responsáveis para que o som seja produzido, mas apenas o cravo e o piano possuem cordas, a diferença é que no cravo existem pinças que vão encostar na corda, em vez de martelos. Quanto ao órgão, como não possui cordas, podemos ouvir o som vindo dos tubos, que são acionados pelas teclas, que fazem pressão nos foles do instrumento, os quais soltam o ar pelos tubos produzindo o som característico dele.
O piano é um instrumento belo e muito bem explorado por artistas eruditos e populares, além de ser um dos queridinhos na escolha de querer aprender um instrumento novo.
Em uma orquestra sinfônica, o piano é organizado de forma estratégica devido ao seu tamanho. Geralmente em uma orquestra sinfônica, os instrumentos são organizados de acordo com suas famílias (ou naipes), como cordas, madeiras, metais e percurssão. Dessa forma, percurssão fica perto apenas de percurssão, cordas perto de cordas e assim por diante. Fora de uma orquestra e com um olhar geral, uma guitarra é um instrumento de corda, uma flauta é um instrumento de sopro, uma bateria é um instrumento de percurssão. E o piano? Ele não é tão misterioso quanto se imagina, mas possui um enigma que deixa qualquer curioso por música com uma pulga atrás da orelha para saber se o piano é um instrumento de corda ou de percurssão.
A razão para haver confusão é porque o piano possui cordas que vibram para formar um som, igual a um violão, mas para que essas cordas vibrem, é necessário que o pianista aperte uma tecla, que vai acionar um martelo o qual vai apertar a corda para vibrá-la. A resposta poderia ser mais simples se a parte mecânica do piano não fosse tão complexa. Para entender o que é o piano, primeiramente é importante entender o que é um instrumento de corda e depois de percurssão para compreender a razão para haver tanto debate.
Um instrumento de corda necessita que algo encoste na corda para que o som seja produzido, então um arco de violino, uma palheta de violão ou os próprios dedos são os responsáveis por esse trabalho. A corda é esticada por um desses e quando é solta, produz um som. Em instrumentos de percussão, o trabalho depende das mãos e de algo que encoste na superfície do instrumento para produzir o som. Em uma bateria, usam-se baquetas, que são as mediadoras para o som ser produzido; nos pratos, uma pessoa segura um em cada mão e bate um no outro. No piano, os dedos encostam nas teclas, que são mediadoras para acionar martelos que vão encostar na corda na intensidade que o pianista colocar na tecla, isso significa que quanto mais força na tecla, mais forte o martelo irá bater na corda e mais alto será o som produzido por essa corda. Mas a pergunta ainda continua, onde o piano se encaixa?
"O piano pode ser considerado um instrumento de cordas percutidas: ao pressionar as teclas, os martelos são acionados e batem nas cordas, que vibram e produzem o som". (Ana Paula Simões, doutora em música pela Louisiana State University, professora de piano e autora do blog Pianolândia).
"Piano é percussão. Você usa um martelo pra bater e tocar. Você não pulsa ou fricciona cordas. Você bate nelas. Triângulo. Xilofone, Marimba. Tudo isso você usa algo pra bater. Piano só é mais sofisticado pra bater (risos). Então a gente chama de instrumento de cordas percutidas. Mas é percussão no final das contas (risos)". (Franz Ventura, youtuber, compositor e pianista formado pelo Conservatório Estadual de Música Padre José Maria Xavier)
Portanto, existe um termo específico para rotular o piano, o que nos leva a concluir que o piano é o meio termo entre cordas e percurssão: cordas percutidas. Alguns instrumentos musicais possuem essa característica e têm uma mecânica diferente do piano, como o berimbau, mas a lógica de ter algo que bate na corda do instrumento para produzir som é mesma.
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