Alô, pessoas!
"Sapato 36", como muitas músicas de Raul Seixas é bastante filosófica e tem um sentido por trás de uma letra enigmática e considerada por alguns, uma letra sem nexo.
Os questionamentos dessa música serão respondidos a partir de uma análise interpretativa. Cada verso e cada estrofe serão analisados com calma e, claro, terão uma explicação sobre isso.
Vamos lá!
Eu calço é 37
Meu pai me dá 36
Dói, mas no dia seguinte
Aperto meu pé outra vez
Eu aperto meu pé outra vez
Meu pai me dá 36
Dói, mas no dia seguinte
Aperto meu pé outra vez
Eu aperto meu pé outra vez
Começando pela primeira estrofe, Raul tenta usar figuras de linguagem para retratar a sua relação com o pai, que é uma relação de respeito.
Ele se coloca naquela situação do filho que escuta e obecede os pais, mesmo estando em uma certa idade.
Pai eu já tô crescidinho
Pague prá ver, que eu aposto
Vou escolher meu sapato
E andar do jeito que eu gosto
E andar do jeito que eu gosto
Pague prá ver, que eu aposto
Vou escolher meu sapato
E andar do jeito que eu gosto
E andar do jeito que eu gosto
Aqui ele dialoga com o pai, que parece não ter muita confiança no filho, apesar de ter uma idade madura.
O filho quer provar para o pai que ele consegue ser independente e viver da forma que quiser.
Por que cargas d'águas
Você acha que tem o direito
De afogar tudo aquilo que eu
Sinto em meu peito
Você só vai ter o respeito que quer
Na realidade
No dia em que você souber respeitar
A minha vontade
Você acha que tem o direito
De afogar tudo aquilo que eu
Sinto em meu peito
Você só vai ter o respeito que quer
Na realidade
No dia em que você souber respeitar
A minha vontade
Meu pai
Meu pai
Meu pai
Ainda dialogando com o pai, Raul tenta contrariar a relação de filho obediente usando "você acha que tem o direito", e termina a estrofe confirmando o que disse na estrofe anterior, provando para o pai que tem autoridade e explicando que aquela relação de respeito só irá acontecer de novo quando o pai entender as novas vontades do filho.
Pai já tô indo-me embora
Quero partir sem brigar
Pois eu já escolhi meu sapato
Que não vai mais me apertar
Que não vai mais me apertar
Que não vai mais me apertar
Quero partir sem brigar
Pois eu já escolhi meu sapato
Que não vai mais me apertar
Que não vai mais me apertar
Que não vai mais me apertar
Agora que ele deixou claro para o pai que ele é independente e que já é hora de "sair do ninho", mas, de forma indireta, pede desculpas e explica de forma calma que encontrou um rumo com o qual ele se sente confortável.
Depois as duas últimas estrofes são repetidas e a música acaba.
A interpretação dessa música não é difícil e também é fácil de entender que se trata de uma relação entre pai e filho. O tema geral dessa música é ser independente e ela retrata o que normalmente acontece em uma família onde os pais não aprovam certas vontades dos filhos e não os vêem como maduros mesmo depois de atingir uma certa idade.
E mais uma vez, Raul Seixas conseguiu retratar a realidade, mesmo essa que essa realidade possa ter sido uma em que ele mesmo viveu.
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